HORIZONTES DESEJANTES

Toda imagem fotográfica é portadora de um desejo – espécie de força motriz que motiva nossa relação com a realidade e com os outros. Em sua condição lacunar, mais do que um reflexo do mundo concreto, a fotografia se apresenta como uma interpretação totalmente implicada com a subjetividade e a individualidade do autor, assim como também com a do espectador. Nesse sentido, o que nos é dado por ela é algo que escapa de uma lógica cartesiana de entendimento e nos convoca a alcançar um conhecimento que parte da imaginação. Segundo José Saramago, “cada um de nós vê o mundo com os olhos que tem, e os olhos veem o que querem, fazem a diversidade do mundo, fabricam maravilhas”.

Em tempos de mirar o horizonte e vislumbrar outros futuros, o Fotofestival SOLAR reúne os olhares desejantes de 26 artistas cearenses na forma de um caleidoscópio onde múltiplos pontos de vista se encontram, se confundem e se complementam para, a partir desse conjunto, refletirmos sobre questões como: desejo e alteridade; desejo e intimidade; desejo, corpo, rito e transcendência; desejo, distopia e utopia; desejo e paisagem; desejo e memória; desejo e existência.

Pensar a fotografia entre as tensões do real e do imaginário é pensar no poder emancipador do diálogo e da imaginação na elaboração de uma cartografia emocional de uma sociedade onde, tanto o espectador constrói a imagem, como a imagem constrói o espectador. Seguimos desejantes e às vezes, por um instante, enxergamos um horizonte comum.

 

ARTISTAS

ANA MUNDIM - Fugaz
AMORFAS - Artificial Emoção Superficial
BEATRIZ BENITEZ - Enclave
BETO SKEFF - Homotetia
DAYANE ARAÚJO - Mapas que o sol traçou no teu corpo
DIANA MEDINA - Temascal
FERNANDA SIEBRA - Paisagens apocalípticas
FERNANDO MAIA DA CUNHA - Treinado para esquecer
FERNANDO JORGE - Totem-Lágrima
GREGÓRIO SOUZA - Mostardinha
GUILHERME FREIRE - Nova Topografia Tropical
GUSTAVO COSTA - Paisagens Oníricas
LEO SILVA - A cidade e a lama
LUCIANA RODRIGUES - Sem corda, os relógios marcavam eternamente as mesmas horas
NEGRO SOUSA - Solve et Coagula
NICOLAS GONDIM - Seres e não seres
NIVANDO BEZERRA - Mais uma cidade invisível
RÉGIS AMORA - Corpo transitivo direto
RUBENS VENÂNCIO - “São Pedro S/N” | fotografia, carta, arquivo
RUY CÉZAR CAMPOS - Sinais submersos: ocupações artificiais
THAIS MESQUITA - Ruminando silêncio
TIAGO PEDRO - A carteira de minha finada avó
OZEIAS ARAÚJO -  4TOWNGRAFIA: entre o corte da bala e o brilho da prata
VALDIR MACHADO NETo - No limite tendo a zero
WALLISON AZEVEDO - ECO: As batidas que transformam o corpo!
YURI JUATAMA - Sertão-Favela


CURADORES

Alexandre Romariz Sequeira,1961. Belém-Pa.

Artista visual, Mestre e Doutor em Arte pela UFMG e professor na graduação e na pós-graduação do Instituto de Ciências da Arte da UFPa. Desenvolve pesquisas na área de Artes, com ênfase em Fotografia e Arte Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: artes visuais, artes, curadoria e mostras de artes visuais. Participa de encontros de Fotografia, seminários e exposições no Brasil e exterior, é membro do Conselho Curatorial da Fotoativa/PA e atuou em Curadorias independentes, como também junto a instituições ou projetos como o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia/ PA, Fundação Badesc/SC, Mapeamento da Fotografia Contemporânea do Rio Grande do Norte/RN, ArteSesc Confluências/BR, Salão Arte Pará/PA e Projeto Rumos Artes Visuais/BR.


Iana Soares, 1986. Fortaleza-CE.

Jornalista, fotógrafa e professora. Tem interesse nas relações entre a palavra e a imagem, a literatura e a fotografia, o real e a imaginação. Fez mestrado em Criação Artística Contemporânea na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Barcelona. Tem Especialização em Escrita Literária pelo Centro Universitário Farias Brito. Foi articulista e editora do Núcleo de Imagem do Grupo de Comunicação O POVO, em Fortaleza, onde trabalhou entre 2009 e 2018. Coordenou o Programa de Formação Básica em Artes Visuais e o Programa de Fotopoéticas, da Escola Porto Iracema das Artes, entre 2018 e 2022. Integra a equipe de coordenação geral do Fotofestival SOLAR. Atualmente é coordenadora de Educação e Formação do Museu da Imagem e do Som do Ceará.


 

SERVIÇO
QUANDO Abertura em 9 de dezembro de 2022 
HORÁRIO Visitação de terça a quinta-feira, das 10h às 18h; e de sexta a domingo, das 13h às 20h
ONDE MIS - Museu da Imagem e do Som, Av. Barão de Studart, 410 - Meireles, Fortaleza - CE, 60120-000
GRATUITO. LIVRE.